quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Gaspacho

Creio que sempre que dou uma festa, por altura do verão, cá em casa há gaspacho no frio, claro! O gaspacho à portuguesa foi-me dado a provar pela Raquel P, à espanhola pela Catinga e ainda uma versão mais contemporânea (com maçã em vez de pepino) pela Barrios. Todas as versões são óptimas e passam o verão cá em casa.
Basicamente não há grande diferença entre o gaspacho à espanhola e à portuguesa, os ingredientes são os mesmos, mas a metodologia de preparação difere. O espanhol é triturado e no português os legumes são partidos em cubos bem reduzidos (1x1cm).
Um destes dias percebi que é frequente existir gaspacho “Tetra pak” no supermercado, a Lúcia levou para a praia e, apesar de preferir a versão caseira, a versão industrial não era má de todo. A ideia de levar uma sopa fria para a praia agrada-me, basta que tenhamos um recipiente para a manter bem fria, e podemos ir bebendo ao longo do dia, ou mesmo num piquenique onde também pode ser um óptima ideia em pequenos copos de shot.

Ingredientes

5 tomates bem maduros (com ou sem grainhas) com cerca de 1kg
1 pepino sem casca com cerca de 200g
½ pimento verde
1 malagueta vermelha fresca, sem sementes
1 ou 2 dentes de alho, dependerá do vosso amor ao mesmo
4 colheres de sopa de azeite da melhor qualidade possível, eu usei Thyro
2 colheres de sopa de vinagre
1 colher de sopa de oregãos
Sal e pimenta preta moídas na altura
Água

Misturar todos os ingredientes no copo de um robot de cozinha e triturar até se obter a textura desejada.
O único ingrediente não quantificado é a água uma vez que iremos acrescentando aos poucos para dentro do robot de cozinha de forma a obtermos uma textura cremosa.
Esta parte, mais uma vez, deixo ao vosso critério, há quem aprecie um gaspacho mais líquido, eu aprecio uma textura mais cremosa, por vezes, até acrescento uma dou duas claras de ovo, para uma textura extra-suave.
Caso decidam servir o gaspacho em casa podem acompanhar de uns cubos de pão, com cerca de 1x1cm tostados no forno com azeite, e acrescentados no último minuto, em jeito de decoração em cada prato onde servirem o gaspacho.

domingo, 10 de agosto de 2014

Tortilha

Este prato foi com toda a certeza um dos top 10 mais preparados nos meus tempos de faculdade. Como principais motivos apontam-se o factor económico (logo em primeiro) e o factor "tempo" porque é super rápido. Pode parecer para muitos um prato menos "nobre" mas para mim, a melhor comida é mesmo a mais simples.
Pode assumir várias versões, começando com uma versão base (a da receita que vos mostro) até algumas mais requintadas onde se usam trufas e óleo de trufa para cozinhar com ervas, legumes, carnes, peixes, etc.
De facto é uma receita versátil, liga bem com qualquer ingrediente, mas que resulta lindamente quando apenas usamos batatas, cebolas e ovos como elementos principais.
Apesar de já ter servido esta receita como uma entrada, para mim, é um prato principal mas que aqui sugiro para um piquenique, porque resulta extremamente bem quando comida fria, com umas fatias de pão de mistura... pode mesmo ser o paraíso.
Quem me ensinou a "arte" de uma boa tortilha foi a Marisa que morava na mesma residência de estudantes que eu e um dia foi feito um jantar apenas de tortilhas, eu, modéstia a parte, fui o melhor aluno, não estivessem todos os outros apenas interessados em comer...

Ingredientes (para 2 pessoas)

5 ovos batidos
3 batatas novas com pele (400/500g)
1 mão cheia de rúcula semi-triturada
1 cebola média picada
1 dente de alho picado
1 malagueta vermelha picada
100ml de azeite
Sal e pimenta moída na altura

Numa frigideira colocamos o azeite em lume médio.
Lavamos as batatas e fatiamos em rodelas com cerca de 2mm de espessura (não necessitam ser tão exactos) deixando a pele nas batatas.
Acrescentam-se ao azeite e fritam-se até que comecem a ficar douradas, altura onde acrescentamos a cebola e o alho, e deixamos fritar mais 4/5 minutos.
Numa taça, batemos os ovos com a rúcula, malagueta, sal e pimenta.
Juntam-se os ovos em cima das batatas, como se fossemos fazer um crepe, rodando a frigideira de forma a que os ovos se espalhem uniformemente. Deixamos cozer uns 2/3 minutos e colocamos um prato em cima da frigideira de forma a que fique toda coberta. Viramos a frigideira ao contrário, de forma a virarmos também a tortilha, e ficamos com o prato na mão pressionando a frigideira. Passamos a tortilha logo de seguida do prato para a frigideira, apenas deixando que escorregue, e frita em lume brando mais 3 minutos.
Finalmente, voltamos a colocar o prato (que ira à mesa) em cima da frigideira e voltamos a tortilha de forma a que a parte que fica visível tenha sido o ultimo dado a fritar, é sempre o mais bonito.
Para melhor apreciarem uma tortilla acompanhem com uma boa salada verde e um copo de um belo Rosé.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Bolo de alheira

Na minha infância era comum fazermos piqueniques ao final de semana.
Frequente era também o destino, pinhais perto de praias, algures entre Viana do Castelo e Vila do Conde.
Eu adorava estes dias, recordo-me que havia mil objectos que apenas eram usados naqueles dias, cadeiras em tecido e madeira, redes para fazer uma sesta, mantas, geleiras com cores gritantes e até uma mesa amarela, que se transformava numa espécie de mala que se transportava para qualquer lado. A par com todas estas preciosidades estavam, claro, as iguarias gastronómicas preparadas pelas mulheres da minha família, a minha avó, as minhas tias e, por vezes, a minha madrinha.
A maior parte das iguarias que se preparavam para um piquenique eram frequentemente repetidas, mas a bola de carne da minha avó era sem sombra de dúvidas uma das mais apreciadas.
Eu confesso que ainda não estou totalmente confiante com a minha e, para a substituir nos meus piqueniques, pensei que seria uma boa ideia um bolo salgado de alheira e Ricotta que é, também, mais fácil e rápido de preparar.
É mesmo muito frequente eu preparar bolos salgados cá em casa uma vez que são uma óptima opção quando queremos fazer uma refeição rápida e económica. Pode comer-se frio e sobretudo são muito, muito saborosos nas suas mais variadas versões.
Neste caso usei o Ricotta que dá ao bolo uma textura mais pesada, mais consistente e húmida. Se não quiserem usar este queijo, podem substituir esta quantidade por 1 ovo a mais e 150 a 200 ml de leite, por vezes depende da qualidade da farinha.
Os temperos e legumes que usei podem ser substituídos pelas mais variadas combinações, escolhi estes mas são apenas uma sugestão, explorem outros sabores e partilhem resultados.

Ingredientes

1 alheira de caça de boa qualidade, prefiro as de Mirandela
1 embalagem de azeitonas verdes partidas em pedaços
1 tomate seco triturado
1 colher de sobremesa fermento em pó
1 queijo Ricotta com cerca de 250g
2 ovos
1 colher de café de sal
1 colher de café de pimenta preta
2 raminhos de alecrim
2 colheres de sopa de queijo Parmesão ralado
225g de farinha
1 colher de sopa de azeite
2 colheres de sopa de sementes de girassol
1 forma de bolo rectangular de 25x10cm untada com manteiga e carolo de milho (podem usar farinha)

Pré-aquecer o forno a 200ºC.
Começamos por retirar o recheio da alheira que de seguida fritamos por cerca de 5 minutos numa caçarola. Reservamos.
Batem-se os ovos com o queijo Ricotta, acrescenta-se a farinha, fermento, sal e pimenta e bate-se para homogeneizar.
Acrescentam-se as azeitonas, tomate, Parmesão, alheira e o azeite e bate-se bem até obtermos uma massa consistente e bem homogénea.
Se acharem que a massa está muito densa, pode acrescentar-se um pouco de leite.
Verte-se a massa para a forma, adicionamos as sementes de girassol e o alecrim, como se pode ver na foto, e colocamos no forno por cerca de 45 minutos, sendo que poderá variar um pouco.
Para confirmação pode fazer-se o teste do palito, que consiste em perfurar o bolo com um palito e verificar se este sai limpo ou com massa agarrada. Se sair com massa ainda não estará cozido, se sair limpo está pronto.
Ressalvo que pelo facto de usarmos ricotta este bolo não será seco, pelo contrário, fica sempre um pouco húmido.


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ovos verdes

Esta receita não é propriamente a receita tradicional de ovos verdes, como muita gente faz, mas sim a que recentemente comi e me deliciou na "Casa Independente".
Esta é uma receita que tem mais uma vez origem (pelo menos para mim) na família, uma vez que aprendi a prepará-la com a minha tia “Bete" que, por sua vez, a trouxe do Brasil. Recordo-me que várias vezes ao domingo almoçávamos feijoada de feijão preto com arroz de alho frito acompanhado com estes ovos que eu baptizei de verdes.
A minha versão poderá ser um pouco diferente pois já lá vão alguns anos (cerca de 20), fui mesmo recuperá-la ao baú da memória.
Aqui apresento a receita como um prato principal, para se comer num dia de verão, contudo pode ser servida como entrada, ou ainda como acompanhamento, isso deixo ao vosso critério.
Caso sirvam como prato principal, devem servir dois ovos por pessoa com o acompanhamento que quiserem. Eu gosto de optar por umas fatias de presunto grelhadas na chapa até ficarem estaladiças, umas cenouras cozidas partidas em rodelas grossas e umas fatias de pão do senhor Carlos para me deliciar com as gemas mal cozidas...
A preparação é bastante simples, todos os ingredientes são básicos numa dispensa, e mesmo a couve, caso não comprem no mercado podem facilmente fazê-lo num supermercado.

Ingredientes (como prato principal para 2 pessoas)

4 ovos
150g de couve portuguesa cortada em caldo verde
2 dentes de alho picados
75 ml de azeite
Sal
Pimenta preta moída na altura
1 colher de café de açafrão (facultativo)
1 colher de sopa de bicarbonato de sódio

Pôr a couve já "cegada" em água fervida com sal e o bicarbonato (ajuda que os legumes verdes mantenham a sua cor) e deixamos repousar 5 minutos.
Nessa altura eliminamos toda a água das couves e colocamos sobre folhas de papel absorvente.
Numa caçarola pomos o azeite a aquecer em lume médio, juntam-se o alho e deixa-se fritar 1 minuto, altura onde acrescentamos as couves, que devem ser espalhadas de forma a cobrirem todo o fundo.
Deixamos cozer 4 minutos e adicionamos os ovos em cima das couves afastados uns dos outros.
Temperamos com sal e pimenta preta, tapamos com um testo e deixamos cozer os ovos até ao ponto desejado.

domingo, 27 de julho de 2014

Espetadas de frango

Há algo altamente compensador e gratificante na preparação de espetadas em casa, não me perguntem porquê, pois eu desconheço o motivo, mas é algo que sinto cada vez que decido mimar-me com esta receita.
Na verdade não há absolutamente nada de complicado, ou mesmo demorado, na preparação de espetadas, razão pela qual nunca compreendi porque motivo as pessoas compram espetadas já prontas nos supermercados.
A parte mais demorada é a de cortar os legumes mas isso dá-me imenso prazer, além de me relaxar, permite-me usar alguns dos meus brinquedos favoritos, como o set das maravilhosas facas que as manas Correia me ofereceram. De qualquer forma a preparação desta receita envolve apenas 15 minutos depois, enquanto o frango grelha, podemos preparar uma salada ou um arroz para acompanhar.
Se quiserem ser perfeccionistas e que as vossas espetadas cozam mais rapidamente e uniformemente, podem partir os legumes e frango com as mesmas dimensões, cerca de 2x2cm.

Ingredientes (para 4 pessoas)

3 peitos de frango partidos em cubos
4 paus próprios para espetadas
8 cogumelos inteiros
2 tomates partidos em quartos
1 cebola partida em quartos
1/2 pimento partido em cubos
1/2 courgette partida em cubos
1/2 chouriço (ou salpicão) em fatias

Para o molho

2 colheres de sopa de mel
1 colher de sopa de alecrim ou tomilho seco
1 malagueta vermelha (com ou sem sementes) partida em pedaços muito pequenos.
6 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho triturados
Raspa de 1/2 limão

Para preparar o molho, basta juntar todos os ingredientes numa taça e envolver bem.
De seguida as espetadas, vai-se colocando nos paus de madeira, alternadamente, cada um dos ingredientes mencionados em cima, eu gosto de começar e terminar com um cogumelo, mas não é uma regra, a ideia é que seja aleatório.
Quando terminarmos esta operação, com a ajuda de um pincel, acrescentamos um pouco de molho às espetadas, forma a cobri-las homogeneamente com todos estes sabores antes de grelhar.
Enquanto isto, colocamos o grelhador a aquecer sem adição de qualquer gordura, e quando estiver bem quente (deve ver-se um pouco de fumo) colocamos as espetadas a grelhar e pincelamos novamente com o molho, a ideia é irmos pincelando com o molho até que terminem de grelhar, nesta altura devem estar bem douradas.
Finalmente, antes de servir, voltam-se a pincelar com o restante molho.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tarte de cogumelos

Com a chegada do verão, sucedem-se os piqueniques, que se bem me recordo fazem parte da minha vida desde que me lembro.
Quando era mais jovem, com cerca de 4/5 anos, juntamente com o resto da família fazíamos frequentemente piqueniques no pinhal de Ofir, que fica em entre a Apúlia e a vila de Ofir. O dia anterior era uma azáfama lá em casa, via a minha mãe, e por vezes a minha avó, em preparações todo o dia para que no dia seguinte não faltasse nada.
A receita de hoje não era certamente uma receita que a minha mãe preparasse, no entanto, quando tenho um piquenique, gosto de prepará-la. É simples, rápida e muito saborosa, exactamente como se quer. Neste caso a massa da tarte foi feita em casa, em menos de 1 minuto num robot de cozinha, no entanto podem comprar massa já pronta no supermercado, mas só se for um caso de vida ou de morte.
De qualquer forma, partilho aqui a receita da massa que preparei de forma a tentar convencer os mais sépticos que preparar este género de massa (neste caso a quebrada) em casa é muito mais simples, saboroso e compensador do que aquilo que possam pensar.

Ingredientes para a massa

260g de farinha
1/2 colher de café de sal
125g de manteiga gelada partida em cubos
1 gema de ovo
2 colheres de chá de sumo de limão natural
1 colher de sopa de água gelada
1 colher de sopa de cebolinho seco

Há duas formas de preparar esta massa, à mão ou com a ajuda de um robot. Eu preparei com o robot de cozinha no entanto há alturas em que me apetece meter as mãos na massa.
Se optarem pelo robot, colocam a farinha e sal e agitam durante 1 segundo. De seguida acrescenta-se a manteiga partida em cubos e voltam a misturar até que obtenham uma textura de areia. Finalmente, pelo funil do robot de cozinha, adicionamos o cebolinho, gema de ovo, sumo de limão e a água.
Finalmente, com as mãos enfarinhadas, colocamos a massa numa tábua de cozinha e amassamos por segundos formando um disco. Envolvemos em película e reserva-se no frio por cerca de 30 minutos antes de se usar.
Depois dos 30 minutos, retira-se a massa do frio e estende-se com a ajuda de um rolo da massa numa superfície polvilhada com farinha, até obtermos uma massa com espessura de 1/2cm e diâmetro suficiente para cobrir uma forma de tarte.
Untamos com manteiga o fundo da forma de fundo amovível. Colocamos a nossa massa já estendida e ajustamos com os dedos à forma, removendo os restos de massa que não forem necessários.
Pica-se o fundo da tarte com um garfo, para evitar que a massa empole.
Recortamos uma folha de papel vegetal com o diâmetro do fundo da forma e colocamos em cima da massa.
De seguida, enchemos o cavidade (que seria para o recheio) com feijões secos e coloca-se no forno por cerca de 10 minutos.
Retiram-se os feijões e a folha de papel vegetal e coloca-se no forno para cozer mais 10 minutos, altura em que se coloca o recheio da tarte e se volta a cozer mais 30 minutos.
Caso prefiram preparar a massa à mão, começam por amassar a farinha com a manteiga até formar uma massa com textura de areia. Abrem uma cavidade nesta massa e acrescentam os restantes ingredientes.
Amassa-se bem esta mistura e estendemos a massa numa superfície enfarinhada (isto quer dizer que a superfície onde vamos trabalhar a massa tem farinha suficiente para a massa não cole).
O restante procedimento é igual ao procedimento da massa preparada no robot.


Para o recheio

200g de cogumelos lavados e fatiados
1 cebola média picada
3 tomates secos picados
4 colheres de sopa de salsa picada
2 ovos
250g de queijo ricotta
30g de farinha
3 colheres de sopa de azeite
Sal e pimenta moídos na altura

Pré-aquecer o forno a 200ºC.
Começamos por fritar a cebola no azeite, até que esteja transparente, adicionamos os cogumelos, tomate seco e deixamos cozer.
Entretanto, numa taça, batemos o ricotta com os ovos e adicionamos a farinha, envolvemos bem.
Quando os cogumelos estiverem cozidos, adicionamos a mistura (de ricotta, ovos e farinha) juntamente com a salsa, pimenta e sal e batemos até que tudo esteja bem envolvido.
Finalmente, colocamos o recheio na tarde e colocamos no forno por cerca de 30 minutos.
Deixar arrefecer e polvilhar com salsa picada.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Bruschetta

A primeira vez que comi bruschetta foi há quase 30 anos num restaurante italiano que existia no Porto, bem perto de um cinema onde logo de seguida vi o filme Cocoon. Por algum motivo não me recordo do resto da refeição, sei que o que o meu pai pediu era servido num prato de sopa, era branco e verde, parecia uma espécie de creme com aspecto duvidoso, ao qual tive alguma resistência.
Sempre que ia ao Porto com o meu pai, o que acontecia com regularidade, provava uma série de comidas diferentes, italiano, chinês (estava então na moda) francesinha, entre outras iguarias que existiam nos anos 80 no Porto. Não sei propriamente o que me despertou interesse na bruschetta, aliás, penso que deve de ter sido o meu pai a pedir o que eu iria escolher, mas posso garantir que ficou na minha cabeça até hoje, e aqui partilho a minha versão. Apesar de ser considerado uma receita só de entrada, eu vejo-a não só como entrada mas também como uma refeição leve de verão, devidamente acompanhada por uma salada de folhas verdes e um belo vinho branco seco, Thyro, por exemplo.

Ingredientes (para duas pessoas)

4 fatias de pão (pode ser de qualquer tipo, eu gosto de usar o de mistura fatiado)
150g de tomate (pode ser cereja, roma, etc. O importante é parti-lo em cubos)
8 folhas de manjericão
6 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho
Parmesão (facultativo)
Sal
Pimenta

Começamos por partir o tomate em quartos, acrescentar o azeite, folhas de manjericão picadas, sal e a pimenta. Envolve-se bem e reserva-se.
Grelhamos ou torramos as fatias de pão, e enquanto ainda quentes, esfregamos as mesmas com os dentes de alho já sem pele de forma a aromatizarmos o mesmo.
Colocamos a mistura de tomate com manjericão por cima das fatias de pão tostado e adicionam-se algumas lascas de parmesão.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Bife de atum


"Quem tem amigos tem tudo" esta é uma frase que ouço muitas vezes e me lembro, sobretudo, quando estou rodeado por verdadeiros amigos à volta de uma mesa numa refeição, quer seja cá em casa ou em casa alheia...
Começo esta receita desta forma porque quase sempre que como atum (em conserva ou fresco em posta) este vem dos Açores pela mão de um grande amigo, João Melo. De facto, é sempre muito bom ter um amigo como o João, mas dá ainda melhor resultado quando o convencemos a mudar-se para o nosso prédio uns andares abaixo... assim, o atum nunca falha...!
Falando do atum em si, o atum em conversa (que as gloriosas mãos da mãe do João preparam) é simplesmente maravilhoso, muito saboroso, adocicado, com um ligeiro sabor apimentado, creio que consequência da massa de pimentão que usam na conserva. No que toca ao atum fresco, os lombos são simplesmente fantásticos, muito melhor que os lombos que habitualmente encontramos em supermercados, é só fatiar, grelhar e devorar.
Apesar de gostar de apreciar o atum da forma mais simples, desta vez pretendia preparar algo um pouco diferente mas lembrei-me de uma receita do Jamie Oliver que tinha lido há pouco tempo, que incluída dois ingredientes que adoro: atum e espargos.
A receita é basicamente a mesma, apenas alterei a erva que dá sabor ao molho, ou seja, na receita original foi usado manjericão e na minha versão usei coentros.

Ingredientes (para duas pessoas)

2 bifes de atum com cerca de 200g cada e com cerca de 1.5cm de altura
Um molho de espargos com cerca de 250g
Azeite

Para o molho

5 colheres de sopa de coentros frescos picados
1 malagueta vermelha sem sementes, picada
3 tomates secos picados
100ml de azeite da melhor qualidade possível, usei Thyro
Vinagre balsâmico da melhor qualidade possível
1 limão
Sal e pimenta moídos na altura

Começamos pelo molho, colocam-se a malagueta, coentros, raspa de limão e tomates secos, já picados numa taça. Acrescentamos o azeite, sumo de meio limão, sal, pimenta e mexe-se para homogeneizar.
Aqui se quiserem podem usar um robot de cozinha e preparar uma espécie de "pesto", que não ficará com a textura que se pode ver nas fotos, mas que poderá resultar igualmente a nível de aroma e sabor e é muito mais rápido, ou seja, uma versão para quem não gosta de picar/cortar alimentos.
O molho reserva-se até servirmos o prato final.

Os espargos, são rebentos frequentes na mesa cá em casa, partilho dicas para uma boa compra e posterior preparação destes pequenos pedaços de prazer.
Quando escolhidos no mercado, devem ser bem verdes, ter as suas pontas completas e fechadas (como pétalas de flor), e devem estar sempre bem firmes. Devem sempre escolher os molhos que apresentem mais uniformidade em termos de comprimento e diâmetro.
Para arranjar os espargos, não temos certamente que fazer nenhum trabalho forçado, são relativamente simples de preparar. Cortam-se os caules ou talos (extremidade inferior do espargo) cerca de 4cm (pois têm tendência para ser bastante fibrosos) e passam-se por água. Não devem ser cozinhados por muito tempo (cerca de 4 minutos) pois, caso contrário, perdem o seu sabor e textura delicados.
Depois desta breve explicação, já não há desculpas para não se atirarem de vez aos espargos.
Colocamos uma grande panela ao lume e adicionamos sal. Quando ferver, adicionamos os espargos e deixamos cozer cerca de 4 minutos.
Entretanto colocamos um grelhador de ferro anti-aderente em lume forte até que esteja bem quente.
Para preparar o atum, esfregam-se os bifes com um pouco de azeite de ambos os lados, isto vai ajudar no sabor, textura e cozedura.
Quando o grelhador largar algum fumo, colocamos os dois bifes e deixamos cozer 2/3 minutos do primeiro lado e 1 minuto do segundo, a ideia é que o bife, à semelhança do que acontece com um bife de novilho, fique vermelho no interior, ou seja, mal passado.
Esta é a melhor forma de se saborear um bom bife de atum, não deve de todo cozinhar-se demasiado.
Finalmente colocamos os espargos numa travessa ao prato, em jeito de cama para o bife e rega-se com o molho que esteve em repouso até agora.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Bolo mulato

Este foi o primeiro bolo que preparei, devia ter cerca de 8 anos e era também este o bolo que mais vezes se comia em casa dos meus pais. Não só porque todos apreciávamos este bolo, mas também porque era uma receita familiar e, tanto a minha mãe como as minhas tias e avós, faziam este delicioso bolo. É um bolo muito simples de preparar não sendo preciso pesar absolutamente nada, apenas temos que usar a mesma medida para o açúcar, o leite e a farinha. O cacau, terá mesmo que ser da melhor qualidade possível uma vez que é ele que, em conjunto com a canela e o limão, perfumam este bolo. Pode classificar-se como um bolo de chá, mas penso que é um pouco redutor, para mim serve todas as ocasiões, com excepção de sobremesa, apesar de já o ter comido como sobremesa muitas vezes. É também um óptimo bolo para fazer parte de um menu de pic-nic, já que o seu sabor é muito melhor 24h depois de sair do forno.


Ingredientes

2 ovos
2 chávenas de açúcar branco
2 chávenas de farinha sem fermento
2 chávenas de leite meio gordo
6 colheres de sopa de cacau
1 colher de sopa (2 para os mais valentes) de canela em pó.
2 colheres de sopa de manteiga amolecida
1 colher de sobremesa de fermento em pó
Raspa de 1 limão
1 colher de sobremesa de bicarbonato de sódio

Pré-aquecer o forno a 180ºC.
Bater os ovos com a açúcar até se obter uma mistura cremosa e mais amarelo pálido. A farinha, o fermento e o leite adicionam-se alternadamente, batendo muito bem de forma a obter uma mistura sedosa e homogénea.
Finalmente adicionamos o bicarbonato de sódio, cacau, canela e raspa de limão, batendo novamente muito bem.
Tendo em conta que é um bolo pesado, denso e com uma grande quantidade de leite, a forma mais indicada é uma de buraco no centro, pois ajuda a cozedura.
Vai ao forno cerca de 45m a 1h.
Pode servir-se polvilhado com açúcar em pó.

Bom Apetite!

domingo, 29 de junho de 2014

Pão da Lola

Creio que é do domínio geral, pelo menos dos meus amigos mais próximos, que os presentes que mais gosto de receber são relacionados com gastronomia, livros, utensílios, objectos curiosos em desuso, doces (claro), entre outros.
No mês passado, numa das suas viagens à nossa "terra mãe", a Carlota trouxe-me Pão-de-ló de Fornelos, que é assim o doce "ex-líbris" da cidade. Para os que não apreciam doces secos, não vão com toda a certeza apreciar este tipo de Pão-de-ló, pois é um doce seco feito apenas com ovos, farinha e açúcar.
Este não é o Pão-de-ló que mais aprecio, no entanto há um sentimento de nostalgia ligado a este doce, uma vez que ao longo dos anos (já vão mais de 30) manteve toda a sua aparência intacta, incluindo o seu particular papel de embrulho azul e branco.
Apesar de ter apreciado o presente da Carlota, não abri a embalagem e deixei dentro do saco plástico para o conservar melhor e, sem que me tenha apercebido, para o proteger melhor...da Lola!
No dia seguinte, reparei que a Lola ficou mais entusiasmada do que eu com a embalagem e decidiu "espreitar" o que seria aquele papel azul e branco dentro do saco, indo até mais longe e provando um pouco do Pão-de-ló de Fornelos.
Como o saco ficou aberto e o Pão-de-ló secou, então decidi (depois de cortar as partes "tentadas" pela Lola) que iria fazer alguma coisa com o bolo. Ocorreu-me voltar a preparar um doce que fazia muitas vezes para cobrir tortas. Este doce não é mais do que um creme de ovos, com vinho do Porto e amêndoas tostadas, que se coloca em cima do Pão-de-ló para diminuir a sensação de secura do bolo.
Quase me sinto incomodado por estar a escrever sobre uma "receita" tão simples, mas o resultado final é de tal maneira delicioso que não resisto a partilhar.

Ingredientes

1/2Kg de Pão-de-ló, partido em fatias finas. Em Fafe parte-se com a mão, para não perder o sabor, dizem.
6 gemas de ovos, batidas para ligar
150 g de açúcar
5cl de água
1 cálice de vinho do Porto
40g de lascas de amêndoa tostada

Colocam-se as fatias de Pão-de-ló num prato largo e fundo.
Numa caçarola colocamos o açúcar e a água e deixamos ferver cerca de 7 minutos.
Retira-se do lume e acrescentam-se as gemas, muito devegar e sempre a mexer, para que não cozam.
Volta-se a colocar a caçarola ao lume, muito baixo, até que comece a engrossar, altura em que retiramos definitivamente do lume e acrescentamos o cálice de vinho do Porto.
Vertemos este creme sobre as fatias de Pão-de-ló e espalhamos as lascas de amêndoas em cima.
Pode comer-se quente ou frio, eu começo logo que termino de o preparar, mas isto deve ser de acordo com a capacidade de resistência de cada um...